Texto idiota20

Eu sou Rilton Vianna ou simplesmente RILTON. Tenho 20 anos e nasci em Aguiar, já ouviu falar?Mas já não moro mais por lá.


Levo uma vida idiota embora vários idiotas me digam que outros idiotas queriam ter essa minha vida idiota, como se eu não soubesse que esses idiotas que vêm me dar conselhos idiotas também levam uma vida idiota e também ouvem vários idiotas mais idiotas do que eles dizerem que outros idiotas queriam ter suas vidas idiotas.

Como tudo isso é idiota, não? Eu acho.


Minha vida é idiota, mas eu não desejo e espero não desejar a vida de outros idiotas pouco menos idiotas do que a minha. Afinal, eu me transformaria num conselho idiota na boca de outros idiotas que certamente me dariam a outros idiotas.


Rilton Vianna







sábado, 7 de abril de 2012

Violão imaginário


São apenas duas pessoas que, ao mesmo tempo em que se olham, caminham. Suas mãos não estão dadas, mas elas conseguem sentir o suporte que uma oferece à outra por meio da singular companhia...

São duas pessoas que jogam conversa fora enquanto olham pra um céu que ora é noite, ora é dia.

Não dá pra olhar pra trás agora e fingir que não houve dor antes.

Há dor agora.

E a dor é - e sempre será - inevitável enquanto o amor estiver à solta. 

Quem sabe agora não seja a hora de parar, fazer uma fogueira e descansar um pouco? 

Você me conta uma história, eu te canto uma canção ao toque de um violão imaginário e a gente deixa pra se queixar um pouco mais das injustiças do amor em uma outra hora que não seja esta. 



RiltonVianna



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Apenas salte.






Nesta última madrugada, que não tinha nada pra ser romântica (não chovia, não fazia frio), em uma conversa de MSN, ao som de uma música melancólica que se repetia de forma não espontânea, eu extraí de mim palavras que há muito se escondiam...


Antes tivessem ficado escondidas, porque são frutos de angústia e regressão...



Há sempre um momento certo pra se abandonar um navio, e nem sempre esse momento é durante a pior tempestade ou muito menos quando a água enfurecida invade tudo. Apenas sente-se e veja como tudo é passageiro... Quando a chuva se vai, dá pra ver que poucas coisas restaram. E é aí que você percebe que não precisa de muito pra tocar o navio. Está tudo mais leve, e, apesar de algumas perdas, as poucas coisas que restaram foram exatamente os alicerces.

Com o tempo, você vê que as tempestades, os trovões, o vento forte, nada disso faz mal. Mas quando as tempestades se fazem raras, e o navio está flutuando apenas porque está dentro d'água, é que você percebe que tem que saltar e nadar para longe.

 Primeiro, você vai tentar encontrar, no fundo do oceano, alguma coisa que, provavelmente, a tempestade e as águas que invadiram o seu navio levaram de você. E tudo estará lá, à frente dos seus olhos. Mas é bem aí, no fundo onde você se encontra, que você percebe que há determinadas coisas que ficam melhores quando estão afogadas, submersas. 

Nada de tempestades, chuvas, raios, trovões ou terríveis e gigantescas ondas. Tudo o que restou foi uma calmaria tediosa, e você está dentro de um navio, cujo balanço só te faz sentir náuseas. 

Apenas... salte!

RiltonVianna