Texto idiota20

Eu sou Rilton Vianna ou simplesmente RILTON. Tenho 20 anos e nasci em Aguiar, já ouviu falar?Mas já não moro mais por lá.


Levo uma vida idiota embora vários idiotas me digam que outros idiotas queriam ter essa minha vida idiota, como se eu não soubesse que esses idiotas que vêm me dar conselhos idiotas também levam uma vida idiota e também ouvem vários idiotas mais idiotas do que eles dizerem que outros idiotas queriam ter suas vidas idiotas.

Como tudo isso é idiota, não? Eu acho.


Minha vida é idiota, mas eu não desejo e espero não desejar a vida de outros idiotas pouco menos idiotas do que a minha. Afinal, eu me transformaria num conselho idiota na boca de outros idiotas que certamente me dariam a outros idiotas.


Rilton Vianna







quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Equilíbrio


Estou tentando andar sem olhar pra trás, pois, toda vez que olho, perco o equilíbrio. 

Estou pensando na possibilidade de esvaziar minhas malas, pois percebi que, pra onde quer que eu vá, não preciso de muita bagagem. 

Pra que esperar por um possível destino, se tenho em minhas mãos as ferramentas necessárias para editá-lo quando eu bem entender? 

Foi assim que descobri que não posso governar a vida de ninguém, a não ser a minha. Foi por esse motivo que parei de pedir a Deus que me devolvesse as coisas que foram ficando pelo caminho. Ficaram por algum motivo que desconheço, e, francamente, falta-me disposição para tentar entender. 

O quê e quem vale a pena ser levado eu não sei. Só sei que saudade demais machuca, e eu pretendo me livrar de tudo que me priva do pleno direito que tenho de ser feliz.

O caminho parece longo, e eu não pego atalhos. 

Quem sabe nos encontraremos no meio do percurso, numa dessas paradas obrigatórias pelas quais temos que passar? Eu não sei e também cansei de jogos de adivinhação. 

Sem falsas promessas, sem "a partir de hoje...". Não prometo mais nada a mim mesmo. Tudo o que faço é tentar, e o que estou tentando, no momento, é seguir em frente sem olhar pra trás para não perder o equilíbrio.

RiltonVianna




quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sonhos de insônia

 

Sabe quando você sente medo à noite, resolve cobrir-se da cabeça aos pés, mas não consegue respirar direito? E aí, é preciso deixar o ar entrar, mesmo correndo o risco de ele vir de mãos dadas com aquilo que você estava temendo... 

Talvez algumas pessoas estejam encarando o amor dessa forma, sendo que a maioria delas prefere se adaptar à falta de ar...

Eu sempre achei que eu não conseguiria viver sufocado, e, apesar de não estar coberto, não consigo respirar direito. Acho que o monstro que eu tanto temia acabou entrando, e eu sequer tenho forças para ligar a luz ou para "gritar pela minha mãe".  

Não tenho dormido bem, apesar de ter a leve impressão de que, agora mesmo, não estou acordado. Estou preso em uma espécie de sonho, pesadelo, ilusão, desilusão... 

Pergunte-me onde estou e eu lhe direi onde está o meu corpo, mas não onde está o resto que me compõe. 

Se é que ainda existe algo mais. 

Como eu poderia saber? 




RiltonVianna



sábado, 11 de agosto de 2012

Deveria

Eu deveria ter voltado lá e ter feito tudo diferente. 

Deveria voltar agora mesmo, quem sabe, e tomar alguns drinques. 

Mas não. Cá estou. 

Vez ou outra, mesmo que nos arrependamos, sabemos a hora certa de ir pra casa. 

Ficar sozinho é desnecessário, mas sentir-se sozinho é uma ressaca incurável. 



sábado, 28 de julho de 2012

Não vejo, logo sinto




Eu fechei os olhos e, quando abri, tudo já estava aqui.

Talvez eu tenha deixado coisas pelo caminho. Talvez...

Partes de mim que não cabiam mais na bagagem, tais como estas palavras, foram ficando para trás.

Não estou vendo o sol, mas sei que o dia está claro lá fora.

Talvez eu não queira ver o sol. Talvez eu precise desta escuridão. Talvez.

Nós não precisamos estar certos de tudo, quando sequer estamos certos sobre quem somos.

Você está tão perto que quase posso sentir sua respiração.
Por que será, então, que eu não posso te alcançar?

Às vezes, é como se estivéssemos separados por uma parede de vidro que permite que nos vejamos, mas não que nos toquemos.

Você consegue sentir minha respiração também?

Eu permaneço de olhos fechados, mas sei que pequenos raios de sol insistem em atravessar minha janela. Não os vejo, mas posso senti-los.

Tudo é silêncio.

Como posso, então, ouvir tão claramente o teu coração?

Eu o tenho ouvido chamar meu nome há dias, tão alto que está prestes a exterminar esta parede de vidro que há entre nós.

Eu até já posso sentir sua respiração...

RiltonVianna

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Comigo



O céu está fechado, e eu fechei as janelas do meu quarto.

Para completar, fechei, também, as portas do meu coração, agora que você partiu.

Para evitar que eu as trancasse, escondi a chave, sem que você percebesse, dentro do bolso pequenininho da sua mala. É... bem ali onde você nunca mexe...

Eu tenho procurado ficar fora do ar, porque, acordado, eu só consigo pensar na gente.

Nossa história.

Nossas conversas.

Nossas brigas.

Sua voz presa no meu celular.

Os filmes que a gente não viu.

Eu pegando no seu pé.

E tudo mais que compunha o que nós dois chamávamos de "a gente".

Sinto uma dor imensa que mal cabe dentro do peito.

Ainda choro antes dormir porque sei que é em você que vou pensar antes mesmo de abrir os olhos ao acordar.

Quando a saudade aperta, releio todos os torpedos que você me mandou naquele tempo em que a gente nem imaginava que haveria "a gente". Lembra? 

Eu não sou mesmo um filho da mãe dramático? rs 

Parece que todo esse tempo construiu uma espécie de dependência em mim, e eu estou precisando de mais uma dose de você agora, porque essa abstinência está me sufocando... 

Mas logo lembro que preciso te deixar ir.

Preciso?

Preciso.

Porque você já foi. Partiu. Simplesmente saiu...

Olhou pra trás e disse que nós não conhecíamos o futuro.

Você não sabe, mas eu fiquei te observando da janela.

Até quando minha visão pôde alcançar-te, te olhei.

E a cada passo que você dava, meu coração fazia uma pequena prece pra que você voltasse, mudasse de ideia, quisesse tentar uma vez mais... Foi inútil.

Um dia, quando todas as portas estiverem fechadas, todas as direções que optares seguir te trarão de volta pra mim.

Quando apontares ao longe, verás que as portas aqui também estarão aparentemente trancadas. 

Só então entenderás que a chave que carregas consigo há tanto tempo, na hora certa, só será capaz de abrir a porta de um lugar: do seu lugar. 

Comigo. 



RiltonVianna


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dias sombrios




Tenho que confessar que os últimos dias foram sombrios. Em meio a noites mal dormidas e guerras que se levantaram sem meu conhecimento, aqui estou eu: nem no chão, nem com a cabeça erguida.

Talvez leve um tempo para que eu assimile os últimos acontecimentos. Até lá, eu estou fazendo o que posso para não parar de caminhar, mesmo estando minhas pernas cada vez mais pesadas, e o caminho, cheio de curvas e subidas.

Eu entrei em casa há cinco minutos, e agora a chuva está caindo enquanto escrevo; isso me parece tão poético... Há pouco eu derramava lágrimas enquanto olhava para o céu e tentava enxergar uma saída, uma força, e agora o céu é quem está umedecendo o meu telhado, como se fosse um sinal de que eu fui ouvido.

Um gosto amargo na boca e minha cabeça rodando me fazem lembrar os dias em que, tomado pelos poderes do álcool, eu acreditava que tudo estava perdido. Será que eu estava certo? Tudo parece tão escuro e infinito agora...

Onde, aqui na terra, devo eu me apoiar quando todos me parecem muito distantes? Mesmo aqueles que estão a três passos de mim me parecem distantes.
Dias sombrios, quando tudo é noite, até mesmo quando é dia... Preciso sobreviver uma vez mais. 

RiltonVianna

sábado, 7 de abril de 2012

Violão imaginário


São apenas duas pessoas que, ao mesmo tempo em que se olham, caminham. Suas mãos não estão dadas, mas elas conseguem sentir o suporte que uma oferece à outra por meio da singular companhia...

São duas pessoas que jogam conversa fora enquanto olham pra um céu que ora é noite, ora é dia.

Não dá pra olhar pra trás agora e fingir que não houve dor antes.

Há dor agora.

E a dor é - e sempre será - inevitável enquanto o amor estiver à solta. 

Quem sabe agora não seja a hora de parar, fazer uma fogueira e descansar um pouco? 

Você me conta uma história, eu te canto uma canção ao toque de um violão imaginário e a gente deixa pra se queixar um pouco mais das injustiças do amor em uma outra hora que não seja esta. 



RiltonVianna



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Apenas salte.






Nesta última madrugada, que não tinha nada pra ser romântica (não chovia, não fazia frio), em uma conversa de MSN, ao som de uma música melancólica que se repetia de forma não espontânea, eu extraí de mim palavras que há muito se escondiam...


Antes tivessem ficado escondidas, porque são frutos de angústia e regressão...



Há sempre um momento certo pra se abandonar um navio, e nem sempre esse momento é durante a pior tempestade ou muito menos quando a água enfurecida invade tudo. Apenas sente-se e veja como tudo é passageiro... Quando a chuva se vai, dá pra ver que poucas coisas restaram. E é aí que você percebe que não precisa de muito pra tocar o navio. Está tudo mais leve, e, apesar de algumas perdas, as poucas coisas que restaram foram exatamente os alicerces.

Com o tempo, você vê que as tempestades, os trovões, o vento forte, nada disso faz mal. Mas quando as tempestades se fazem raras, e o navio está flutuando apenas porque está dentro d'água, é que você percebe que tem que saltar e nadar para longe.

 Primeiro, você vai tentar encontrar, no fundo do oceano, alguma coisa que, provavelmente, a tempestade e as águas que invadiram o seu navio levaram de você. E tudo estará lá, à frente dos seus olhos. Mas é bem aí, no fundo onde você se encontra, que você percebe que há determinadas coisas que ficam melhores quando estão afogadas, submersas. 

Nada de tempestades, chuvas, raios, trovões ou terríveis e gigantescas ondas. Tudo o que restou foi uma calmaria tediosa, e você está dentro de um navio, cujo balanço só te faz sentir náuseas. 

Apenas... salte!

RiltonVianna

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Apaguem as luzes



Aqui estou, outra vez, neste lugar que conheço há tanto tempo.

Alguém, por favor, me diga a razão de eu continuar me perdendo...

Não há experiências suficientes? 

Ainda não derramei lágrimas o suficiente pra aprender a me cuidar melhor?

Eu sempre achei que as pessoas pudessem me causar grandes dores, mas não há nada que se compare com as dores que causei a mim mesmo. 

Conheço todos os meus pontos fracos, mas isso não ajuda quando você é seu próprio inimigo.

Preciso ficar sozinho, ouvir uma música triste repetidas vezes, fumar um cigarro, sentir essa dor ao máximo.

Apaguem as luzes.  

RiltonVianna

domingo, 25 de dezembro de 2011

Anseio



Cada dia, hora, segundo que passa, sinto como se eu não estivesse vivendo da forma que deveria.

Preciso de boas histórias das quais eu possa me lembrar futuramente, a ponto de provocar dores de saudade em mim e em que estiver ouvindo-as.

Preciso encher minha casa de momentos presos em quadros. Rir de cada um deles nostalgicamente...

Quando olho ao meu redor, sinto que posso fazer mais por mim mesmo.

Transformo todas as tragédias em piada, tiro onda da onda que tiram de mim, não deixo nada passar, e, mesmo assim, parece me faltar algo...

Talvez seja o seu amor - que eu insisto em caçar empenhadamente - que me faz ter a impressão de que nada está compensando sua ausência. 

Sentimento egoísta e altivo, mas tão bom de se cultivar dentro do peito... Me deixa! 

Ou fica comigo de uma vez por todas...

@RiiltonVianna




sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Deixa esse passado passar!



E passado é passado, meu anjo...

Até mesmo 'o ontem' é um passado distante demais para ser lembrado... 

Deixa estar.

Deixa rolar.

Deixa esse passado passar...

O que fiz hoje também já não importa, e lá vou eu me permitir errar mais uma vez, e errar, e errar, até finalmente acertar.

Chega de planejar os passos da porta de casa até a esquina! 
Eu quero mesmo é me surpreender e dar uma chance pro acaso. 
Estar na chuva e me molhar por vontade própria!  

O resto? Deixa pra amanhã, quando o hoje tiver se tornado um passado distante...

RiltonVianna

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Em frente



Estou feito louco, feito tonto, esperando por respostas que só eu possuo.

Eu penso em você e vejo dois anos passados de minha vida à frente dos meus olhos me dizendo pra recuar. 

Meus traumas, minhas mágoas, meus receios, meus medos, enfim... O que vos trás aqui outra vez?

Eu não entendo...  Meu coração e eu deveríamos ser uma equipe, mas é como se estivéssemos jogando em times opostos - um tentando machucar o outro.

Mas eu me lembro dos seus olhos, da cor dos seus cabelos, do timbre da sua voz e dos beijos que até agora você não me deu, e tudo isso enfraquece os meus medos, amedronta minhas feras e faz com que o único tempo verbal que eu enxergue seja o "presente".

Eu penso em você e vejo dois anos passados de minha vida à frente dos meus olhos me dizendo pra recuar. Então eu fecho os meus olhos e sigo. Porque você me faz pensar que pode ser diferente.

RiltonVianna








terça-feira, 26 de julho de 2011

Viver-te



Grito, sufoco, me afogo...

Como posso eu te esquecer se, cada vez que tento mudar o pensamento, algo de você misteriosamente aparece diante dos meus olhos?

Eu suplico a mim mesmo que te esqueça. 

Me peço, me imploro e falho comigo mesmo...

Há uma força que me prende e me arrasta toda vez que simplesmente penso em dar o primeiro passo... E cada passo à frente que dou, são dois que regrido.

Te esquecer é desistir de tudo o que venho sonhando há tempos.

Antes de pedir que eu te esqueça, eu preciso te viver, te ter, ser teu...

RiltonVianna

quinta-feira, 7 de julho de 2011

[In]justa



Não me ofereçam migalhas, pois tamanha é minha fome. 

Não me ofereçam gotas, pois tamanha é minha sede. 

Suponho que não haja nada guardado nem tampouco reservado pra mim, pois talvez nada eu mereça, mas todos nós sabemos o quanto a vida é injusta e que existem pessoas ocupando lugares que não lhes pertencem. 

E é aí onde estou apostando minhas fichas. 

Esperando que, em uma dessas, a vida seja injusta pra mim também.

RiltonVianna

terça-feira, 21 de junho de 2011

Na dor, todos nós nos encontramos



Na dor, todos nós nos encontramos: parentes, amigos, colegas, conhecidos e até estranhos. 

Estranhos como eu, que se importam e parecem se importar bem mais que os ditos "melhores amigos" de hoje em dia.

Não se perguntem mais "até quando", porque todas as vozes se calam diante de coisas assim.

Quando eu me calo, é a voz da dor que ouço ecoar pelas ruas desta cidade. 
Ouço gritos que clamam que sonhos não se percam de forma tão trágica.
Gritos que exigem uma explicação que sequer existe.
No fim, lágrimas que representam a falta de respostas. 

Lágrimas e dores que nasceram naqueles que não sabem como seguir em frente.

Se dói em nós - que somos os ditos "estranhos"-,  não sei como nomear o que sentem aqueles que eram mais próximos, porque não pode ser apenas dor, pesar... é algo além daquilo que ousamos tentar imaginar.

Pedir pra que se conformem seria, no mínimo, desrespeitoso.

Chorem, lamentem.

A tristeza não irá passar. Ela não deve passar! 

A tristeza irá garantir a permanência de sua existência dentro de cada um de nós:  parentes, amigos, colegas, conhecidos e até estranhos.

Estranhos como eu, que se importam.

Afinal, na dor, todos nós nos encontramos.

RiltonVianna

Postagem referente ao assassinato de Renato Torres.






sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nem todo dia faz sol



Não é todo dia que consigo ver o sol. 

Ultimamente, tem chovido bastante...

Mas aqui, acolá, dá pra ir levando. 

Sendo mais triste que feliz, admito, mas se é assim que tem que ser: só me resta dançar conforme a música.

Não tenho tempo a perder e sequer chego a me importar com o resto das coisas que não me fazem feliz, sejam essas coisas politicamente corretas ou não. O que não posso é deixar passar o mínimo detalhe que possa contribuir para a formação de um sorriso meu.

Dias tristes são dias comuns. Dias como o de hoje chegam a ser raros e não podem ser riscados do calendário, comparando-se aos demais.

Sei que amanhã poderá ser um dia comum, por isso, o hoje é tudo o que importa pra mim agora. 

Afinal, nem todo dia faz sol. Às vezes, chove...

RiltonVianna






domingo, 24 de abril de 2011

Outro caminho



Eu não preciso levar isso mais além para descobrir que estou perfeitamente insatisfeito comigo mesmo.

As minhas decisões não foram erradas; foram inúteis!

Tão inúteis quanto as minhas "mudanças" de hábitos, lugar e tudo mais que eu penso ter mudado, e, que na verdade, o que eu queria que tivesse mudado está simplesmente igual...

Então, não há mais razão para que eu permaneça no erro.
Não vejo razão de não sair deste lugar, desta situação...

Estou, finalmente, me libertando daquilo que não me trouxe felicidade em momento algum.

É hora de tentar outro caminho.

RiltonVianna


terça-feira, 19 de abril de 2011

E basta eu te ver



Eu escuto, com toda atenção que posso, toda e cada palavra que você me permite ouvir.

Guardo sua voz em pequenas porções dentro da minha cabeça.

Toda vez que eles gritam por você eu também atendo - porque estou ligado a você involuntariamente.

Eu construí ao meu redor um muro cuja função seria me proteger desses amores impossíveis; mas tal muro é invisível, transparente... Permite que eu te veja.

E basta eu te ver.

RiltonVianna

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Insônia



É madrugada, e, por uma razão qualquer, não consigo dormir. 

Estou matando a sede com uma taça de vinho, o que só aumenta minha sede. 

Quanto mais bebo, mais quero beber - e menos quero dormir.

Assim, acordado, me pego pensando se, alguma vez, já passou por sua cabeça que eu posso estar pensando em você agora ou em algum momento qualquer desta vida. Quando, na verdade, não, eu não estou pensando em você.

Pelo menos não da forma que você imagina que eu penso.

O vinho acaba e eu olho pro relógio. Tenho hora marcada. Mas pouco me agrada ter que dormir contra minha vontade. Então eu penso. Repenso. Não há solução. Solução para nada que me aflige.

Eu tenho jogado flechas que nada acertam. Tenho esperado tempos que não chegam. Tenho esperado pessoas que acabam não sendo nada do que eu realmente espero. 

E sabe o que mais? Eu mudo de ideia facilmente. E isso não quer dizer que eu seja leviano, e sim, adaptável. Aberto a mudanças. 

Eu deixo que as pessoas tentem desesperadamente provocar em mim aquilo que elas esperam que eu sinta, que eu faça, que eu diga...

Ah... Isso é tão inútil quanto tentar entender o amor... 
Sim, porque não conheço ninguém que entenda de amor. Conheço experts em relacionamentos amorosos, o que, cá pra nós, é algo mais inútil ainda. E um tanto estranho. 
Imagine só: uma terceira pessoa dando palpites numa relação. Ridículo. 
Se nem mesmo quem está dentro entende, como um fulano qualquer entenderia? 

No fim, é tudo psicológico. 

O terapeuta dá a sentença, vocês acreditam na terapia e pronto. 

Mudam. 

Porque dizer um pro outro onde está errado não adianta, quando ninguém quer dar o braço a torcer. Mas quando é um estranho, não há porque ter orgulho e não mudar, afinal.

Bem, está tarde. 

Não há vinho. Não há sono. Mas há desejo de dormir. 

E como o desejo é sempre maior que o sentimento, ele acaba vencendo.

Não me restando, assim, alternativa, neste momento, entrego-me ao ardente desejo de dormir.

Boa noite.

RiltonVianna

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Por nós mesmos



Te vi passando e pude gritar, mas não quis... 
Eu não posso ficar brincando de me apaixonar. 

Devo isso pro meu coração...

Se acontecer de novo, terá de ser de uma forma que eu nem me dê conta. Não viverei em busca de amores como se a vida não me oferecesse outra coisa, afinal.

O único problema em conseguir ficar sozinho é aquela velha guerra com a carência. 

Ah... essa sim nos envolve em apuros num piscar de olhos...

Só sei que me sinto bem assim. 

Vazio, porém tranquilo.

Quando sofremos por nós mesmos, é diferente de quando sofremos por outras pessoas... 

@RiiltonVianna




terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Paz?



Não meus caros, este NÃO é um blog jornalístico. Mas o assunto do qual vou tratar se fez tão sério, que provocou em mim inspiração quase poética. E como eu estou aqui para falar do que sinto, também estou aberto a falar do que não entendo ou aprovo.

Como todos sabem, pois está no texto de saudação do blog, minha cidade natal felizmente ou infelizmente é Aguiar, no sertão da Paraíba. Mas, antes de continuar,  peço-lhes que abandonem essa ideia de cidadezinha  pacata que deve ter sido projetada em suas mentes, pois eu devo lhes dizer ( mesmo contrariando Belchior ) que as aparências, às vezes, enganam. Neste caso,  então... LUDIBRIAM!

Não é de hoje e nem de pouco tempo que pessoas morrerem e matarem aqui é o que faz  nossa cidade ser famosa no vale e até mesmo no estado.
Enquanto cidades vizinhas se destacam por esportes, ou qualquer outra coisa decente, nós somos a lendária cidade da violência.

Eu falei 'lendária'? Desculpe, foi um engano cruel. Pois, segundo o léxico, a palavra "lenda" significa :

"Narração escrita ou oral, de caráter maravilhoso, na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação popular ou pela imaginação poética"

E aqui não tem nada de imaginário, não! a cada 5 cidadãos aguienses, 3 já foram testemunhas oculares de crimes que são cometidos em praça pública. Não duvide, ainda, se eu disser que as crianças crescem com uma única certeza :  a de que nasceram num lugar onde tudo é permitido e ninguém é punido. 
E a única coisa que se faz poética nisso tudo é a dor angustiante trazida pelo sentimento de perda residente no peito de cada família.

Não pensem que estou aqui para fazer apelos. Afinal, apelar para quem? Para a polícia? Ou para aqueles que sequer respeitam uma época como esta, em as pessoas se confraternizam, recebem seus entes que estavam distantes e festejam a vinda do ano novo?

Não, eu não perderia meu tempo. A tradição mór daqui não é natalina nem celebrativa. 

É por aqui que termino desejando um próspero 2011 para todos os aguiaenses. Desejar paz seria um tanto inútil, mas desejo, de coração, que Deus conforte todas as dores que nesse momento pairam sobre nossa cidade. 

RiltonVianna





segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Avesso


Você alguma vez já se sentiu pelo avesso?

Contrariado pelas próprias vontades e pela vontade dos outros? 

Um conflito incrível entre querer e poder...

Já sentiu vontade de estar em dois lugares ao mesmo tempo?

De fazer dois corpos ocuparem um só espaço?

De estar dos dois lados da ponte?

Isso me tira o sono, mas eu sonho tanto acordado, que, às vezes, nem sinto necessidade de dormir...

@RiiltonVianna



domingo, 12 de dezembro de 2010

O tempo afasta.



Foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça durante uma 'aula da saudade' de uma turma de alunos que está prestes a sair do ensino fundamental e ingressar em um novo rumo na vida educacional.

Vendo todos reunidos, felizes, íntimos... Foi como estar do outro lado da história de novo... 

Nessa época, não temos maturidade o suficiente pra saber o quanto as coisas mudarão e o quanto nossos amigos e colegas se afastarão de nós... Encontrarão outros caminhos, outras pessoas. Estarão ocupados demais com um universo novo que se fez de repente em suas vidas. 

Seja a mudança de colégio, de cidade, não importa... Com o tempo, 90% dos colegas de classe se tornarão estranhos. A intimidade tamanha que havia, será reduzida a um mero 'oi' no MSN (que, provavelmente, já estará extinto) ou nas raras vezes que vierem a se encontrar.

E isso soa de uma forma tão triste, que nem parece verdade. 

Então você começa a se lembrar daqueles tempos de quando eram todos desconhecidos em uma escola estranha, e que, com o tempo, foram se aproximando. E, enquanto o tempo passava, dia após dia, nas intermináveis aulas de inglês ou de matemática, um laço começava a ser construído. 

*As discussões sobre em que casa seria feito o trabalho em grupo;
*Os comentários sobre o professor ruim, bom, novo, etc.;
*Os apelidos engraçados que te puseram e que você também pôs;
*As festinhas;
*As viagens;

Tantas coisas boas que, de maneira alguma, poderiam ser deixadas pra trás e que deveriam exercer um poder enorme que impedisse que a turma se afastasse...

Mas o tempo que une é o mesmo que separa. 

Então eu me pergunto se valeu a pena viver tudo isso. 

Busquem sempre uns aos outros, pois, mesmo sendo o tempo muito forte, não há inimigo invencível quando há boa munição nas mãos de bons soldados. E ainda não inventaram arma mais poderosa que o sentimento de amizade e cumplicidade, nem soldados mais fortes que os nossos amigos. 

A saudade só vai existir se dermos tempo para que ela nasça.

RiltonVianna

Ao 9º ano da Escola Vitória Régia - Cajazeiras - PB

domingo, 5 de dezembro de 2010

No sense



E me falava coisas que me deixavam tonto, atento, ciumento... Enquanto a noite passava tão devagar quanto um dia de domingo.
E tudo era tão interessante que não chegava a fazer sentido algum.


Na verdade, era o seu silêncio. Era o seu silêncio o tempo todo.
Nada me dizia, nem sequer me olhava.

O que me deixava tonto, atento e ciumento era o seu jeito de olhar para o que quer que fosse...
Nem me notava. Como se eu não oferecesse perigo algum que merecesse alguma atenção.

E era interessante pra mim gravar tudo aquilo na minha memória.
Mesmo não me fazendo bem, mesmo não me tendo retorno algum, mesmo não fazendo qualquer sentido.

Mas o sentido e eu ...

Nunca fomos apresentados, pra ser honesto...

RiltonVianna

terça-feira, 9 de novembro de 2010

As estrelas que podíamos tocar.


Gosto quando você me olha daquele jeito, como se o mundo fosse um lugar bom... Você me olha e me enxerga muito além dos defeitos, como se soubesse que é nisso que sou bom... Sendo errado, sendo culpado, sendo até mesmo sujo, desequilibrado... 

E aí eu te olho desse meu jeito meio torto, meio de quem ainda não sabe que o mundo é, de fato, um lugar bom. Não te compreendo, mas entendo, um defeito ou outro... E nem preciso confessar que não é bem nisso que sou bom. Sou ciumento, possessivo, implacável, insensível, exigente, mas, adorável...

E aí a gente procura não se olhar tanto, como se fosse possível tirarmos os olhos um do outro.
E olhamos pro céu, falamos das estrelas, comentamos isso ou aquilo da lua... Mas, de repente, olhar um pro outro, além de inevitável, é mais interessante. Mais imenso, mais brilhante, mais apaixonante...

E aí voltamos a nos olhar, como se não tivéssemos mais nada de bom pra fazer, quando. na verdade, tínhamos. 

Eramos as estrelas que podíamos tocar. 

Eramos o sonho um do outro, um sonho que estava ali ao nosso alcance, no esticar de um braço.

E o mundo, enquanto nos olhávamos, parecia ser um lugar bom...

@RiltonVianna

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quando tudo isso passar...


Quando essa tristeza passar, espero realmente que reste algo de bom em mim.
Algo de bom pra lembrar, pra falar, pra guardar...


Quando essa tristeza passar, espero realmente recuperar a sede pela vitória. Que me restem forças, nem que sejam estas provenientes da ambição, e que ao menos me reste ambição...

Quando eu levantar minha cabeça mais uma vez, espero que nenhum dos meus problemas tenham desaparecido, para que eu possa ter mais uma vez a chance de vencer por méritos próprios.


Que os 'amigos' que deixei pra trás ainda estejam atrás, porque os verdadeiros amigos jamais se separam. Quando isso acontece, dos dois um : ou morte os separou, ou a decepção.


Quando tudo isso passar, que eu continue não voltando atrás nas minhas palavras, porque isso me ajuda a não ser injusto comigo mesmo.


Que aqueles que um dia me apontaram os dedos ainda permaneçam diante de mim com seus dedos estendidos, porque não pretendo parar de ser seu alvo. Se isso acontecer, dos dois um : ou terei morrido, ou terei me calado. E nenhuma das duas ideias me agrada.


RiltonVianna


domingo, 3 de outubro de 2010


Não usarei o 'talvez', porque tudo o que fiz e falei foi concreto.
Pedir desculpas só iria lembrar-lhes de tudo o que eu havia feito de errado.

Mas se querem saber como estou, estou pequeno, estou rente ao chão. 
Eu me sinto como vocês, mas ainda pior, porque sou o causador da minha própria dor e da de todos aqueles que amo.

Eu, que sou bom em falar, falei até demais. Tanto que não me restou palavra alguma para dizer o quanto sinto por tudo isso. 

E provavelmente agora vocês estejam dizendo que "é muito fácil pedir desculpas" depois que se faz besteira, mas ainda não inventaram uma outra forma de dizer para as pessoas queridas o quanto sentimos por fazê-las sofrer e até chorar...

Lágrimas e palavras não voltam atrás. O mundo se desconsertaria se fosse possível... 

Mas eu quero que saibam que estou não só arrependido, como profundamente magoado comigo mesmo. Talvez eu me afaste... Mas será pro seu próprio bem. 

Se é que eu sei o que é bom pra vocês... não é mesmo?

RiltonVianna

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Infelizes para sempre




Vamos ser infelizes juntos?

Ter um belo primeiro bimestre de amor, sair nos finais de semana com os amigos e fingir que eles não existem?
Vamos dormir mais cedo (porque, se um não está no online, o outro não tem o que fazer na internet)?
Vamos ver filmes de amor de mãos dadas e trocar beijinhos enquanto os amigos estão fazendo guerra de pipoca...?
E que tal se nós dormíssemos de conchinha numa noite de chuva? Seria legal, não?
Poderíamos ver fotos da nossa infância  e rirmos de nós mesmos.
Falar de nossos "sogros", "cunhados", etc...
Falar de um futuro tão escuro quanto um céu em noites de tempestade...
Podemos também ter uma música só nossa, pra lembrarmos e chorarmos quando estivermos longe um do outro...

Depois de tudo isso, podemos, então, arranjar um motivo qualquer para nos separarmos de vez, nos ofendermos, nos machucarmos e, enfim, nos odiarmos. 
Criaremos uma guerra entre nós. 
Mas uma guerra silenciosa, interna... 
Os nossos amigos devem pensar que tudo terminou bem e que nos esquecemos. 
E, no fim, é exatamente este o troféu de quem vence : ESQUECER

A guerra continuará só para um de nós. Uma guerra de um contra seus próprios sentimentos...

RiltonVianna


quarta-feira, 11 de agosto de 2010



Essa calmaria me assusta. 
Essa falta de tristeza , de problemas, de angústias...

É que, pra quem já passou por diversas coisas, essa trégua é um tanto estranha. 

Eu tenho dormido bem, comido bem... Essas coisas que pessoas felizes fazem, entende?

Por outro lado, é meio tenso não ter com quem se preocupar, com quem falar no telefone de madrugada. 

O preço de estar despreocupado é estar sozinho.


                                                                    Rilton Vianna



terça-feira, 27 de julho de 2010


Às vezes, me sinto só.
Nesses momentos em que a gente olha pra nossa vida e vê que tem algo de errado. 

Às vezes, fecho os olhos e fico quietinho, procurando um motivo forte o suficiente pra me convencer quando, enfim, chegar minha hora de partir de que a minha vida tenha valido a pena.

Como eu poderia me sentir, já que, de fato, estou mesmo só? 
No fim do dia -  e no começo de cada um deles - , me encontro sozinho...
E isso dói pra quem vê importância em ter alguém do lado pra dividir cada vão momento...


Foram algumas tentativas que resultaram em fracasso e destroço emocional.
Pessoas que passaram e simplesmente passaram. 

E mais dor do que as pessoas que passaram por mim, me causam aquelas que ainda não chegaram a passar, pois já estou em absurda impaciência à sua espera. 
Estou pronto pra ser feliz... Acho que já estou é passando do ponto...

E, por mais que me machuquem, daqui pra frente, sei que, no fim de tudo, ainda terei algo de bom guardado pra fazer o MEU AMOR tão feliz quanto estiver me fazendo...


Preciso de alguém que me sussurre ao ouvido palavras que me tragam sossego ao espírito.
Que durma e acorde abraçado comigo.
Que precise e seja totalmente dependente dos meus conselhos e carícias.
Que me entenda num olhar, me poupando, assim, de perguntas...
Que simplesmente me abrace quando eu estiver transbordando de insegurança...


Preciso de alguém como eu, e totalmente diferente de mim.


Rilton Vianna

segunda-feira, 26 de julho de 2010



Estava escuro, mas eu sabia que era você.
Ainda não aprendi a te desconhecer por completo... 
Mas você não me conhece mais, não é?
Isso porque as embalagens mudam, mas os produtos continuam iguais...

Eu passei de cabeça baixa, sim... Tenho andado meio triste ultimamente, inquieto, ansioso...

Calma... Não é nada de grave...

Eu só estou tentando mudar um pouco a minha cabeça... Olhar um pouco mais pra dentro de mim e, desta vez, com mais cuidado, pois, toda vez em que eu achei que já estava sabendo me cuidar sozinho, eu permiti que grandes danos fossem causados a mim mesmo, e agora estou tentando me curar, porque os danos estão sendo cada vez mais frequentes, e eu não suportarei muito tempo, caso eu não me recupere de cada um deles antes da chegada dos próximos. 

Eu preciso desligar agora. 

Está tarde, e eu não tenho planos de fazer com que você sinta o que sinto agora. Nem sou tão competente.

Rilton Vianna

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Feito água




Eu vi o amor escorrendo feito água.

Descia ladeira abaixo violentamente.
 Não encontrei meios para contê-lo, então ele passou...

Inundou.
Invadiu.
Ele viu
Se afogou

E o amor não parou.

Até hoje, não se sabe como contê-lo.

E eu ?

Continuo não sabendo nadar...

Rilton Vianna


domingo, 18 de julho de 2010


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Tua boca tão minha, tão longe, tão linda...

Ah! Que boca...

Que forma o teu sorriso, que logo me provoca um sorriso.

Esse sorriso que vem da tua boca, que ainda não beijou minha boca, que permanece sorrindo para o seu sorriso...

Rilton Vianna

quarta-feira, 14 de julho de 2010



Tenho medo de ir e não saber voltar
 Medo de não voltar por não saber onde ir
 Não sei se me perdi ou se pretendo me encontrar
 Não sei mais se é bom voltar ou deixar partir


De qualquer jeito é sofrimento
 E sofrimento por sofrimento fica tudo como está
 De qualquer jeito é ressentimento
 E a solução que nada resolve é mesmo chorar


Então por que ir embora
 Se ficando aqui será igual?
 Não sofre mais aquele que mais chora
 E o meio não é tão diferente do final



Dor por dor também está doendo agora

Nem sempre acaba quando alguém vai embora

Nem sempre é feliz aquele que não faz o mal. 

Rilton Vianna