É madrugada, e, por uma razão qualquer, não consigo dormir.
Estou matando a sede com uma taça de vinho, o que só aumenta minha sede.
Quanto mais bebo, mais quero beber - e menos quero dormir.
Assim, acordado, me pego pensando se, alguma vez, já passou por sua cabeça que eu posso estar pensando em você agora ou em algum momento qualquer desta vida. Quando, na verdade, não, eu não estou pensando em você.
Pelo menos não da forma que você imagina que eu penso.
O vinho acaba e eu olho pro relógio. Tenho hora marcada. Mas pouco me agrada ter que dormir contra minha vontade. Então eu penso. Repenso. Não há solução. Solução para nada que me aflige.
Eu tenho jogado flechas que nada acertam. Tenho esperado tempos que não chegam. Tenho esperado pessoas que acabam não sendo nada do que eu realmente espero.
E sabe o que mais? Eu mudo de ideia facilmente. E isso não quer dizer que eu seja leviano, e sim, adaptável. Aberto a mudanças.
Eu deixo que as pessoas tentem desesperadamente provocar em mim aquilo que elas esperam que eu sinta, que eu faça, que eu diga...
Ah... Isso é tão inútil quanto tentar entender o amor...
Sim, porque não conheço ninguém que entenda de amor. Conheço experts em relacionamentos amorosos, o que, cá pra nós, é algo mais inútil ainda. E um tanto estranho.
Imagine só: uma terceira pessoa dando palpites numa relação. Ridículo.
Se nem mesmo quem está dentro entende, como um fulano qualquer entenderia?
No fim, é tudo psicológico.
O terapeuta dá a sentença, vocês acreditam na terapia e pronto.
Mudam.
Porque dizer um pro outro onde está errado não adianta, quando ninguém quer dar o braço a torcer. Mas quando é um estranho, não há porque ter orgulho e não mudar, afinal.
Bem, está tarde.
Não há vinho. Não há sono. Mas há desejo de dormir.
E como o desejo é sempre maior que o sentimento, ele acaba vencendo.
Não me restando, assim, alternativa, neste momento, entrego-me ao ardente desejo de dormir.
Boa noite.
RiltonVianna
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