Texto idiota20

Eu sou Rilton Vianna ou simplesmente RILTON. Tenho 20 anos e nasci em Aguiar, já ouviu falar?Mas já não moro mais por lá.


Levo uma vida idiota embora vários idiotas me digam que outros idiotas queriam ter essa minha vida idiota, como se eu não soubesse que esses idiotas que vêm me dar conselhos idiotas também levam uma vida idiota e também ouvem vários idiotas mais idiotas do que eles dizerem que outros idiotas queriam ter suas vidas idiotas.

Como tudo isso é idiota, não? Eu acho.


Minha vida é idiota, mas eu não desejo e espero não desejar a vida de outros idiotas pouco menos idiotas do que a minha. Afinal, eu me transformaria num conselho idiota na boca de outros idiotas que certamente me dariam a outros idiotas.


Rilton Vianna







quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Palavras não me faltam pra dizer o quanto não tenho nada a dizer.

Hoje senti vontade de escrever, mas me faltaram palavras e me sobraram vontades... 

Então decidi escrever mesmo assim. Decidi escrever que senti vontade de escrever, mas não tinha o que escrever. E até agora tem dado certo. Palavras não me faltam pra dizer o quanto não tenho nada a dizer.

Então resolvi analisar o que de fato eu estava sentindo... quem sabe se eu entendesse poderia então traduzir tudo em palavras, e ordenando bem essas palavras poderia até transformá-las em um belo texto. Então me calei, e resolvi entender o que se passava comigo mesmo. Nada aconteceu. Não me veio uma palavra sequer... e as únicas palavras que me vieram à cabeça foram de como eu tinha tanto a dizer e nada pra falar.

Tantas coisas acontecendo com a gente, com a nossa vida. Ações que pedem reações. Perguntas que exigem respostas. Então me ocorre um pensamento... E digo pra mim mesmo que nada farei. Nada demonstrarei.
Calarei.

Eu parei de me perguntar o motivo de certas coisas me acontecerem. 
A confusão que essas perguntas geravam em mim apenas tornava maior uma confusão que já existia.
Parei de questionar e comecei a pensar. 

E nada tinha a dizer, e muito tinha a viver. E muito era o que eu sentia, e muito é o que eu sinto, o que eu vivo, o que eu calo.

E de tudo me acontece, e todos esperam uma palavra. E apenas digo que palavras não me faltam pra dizer o quanto não tenho nada à dizer.

E foi não tendo nada pra falar, porém muito a dizer, que cheguei até aqui, na vigésima linha deste texto.

Rilton Viana 18/12/2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


O primeiro amor é um mal necessário.Uma experiência fundamental que deve constar no nosso currículo.Uma lição pra sermos felizes nos próximos relacionamentos. É um sofrimento inadiável. 

Rilton Viana

Hoje pensei nas coisas da minha infância ...

Nos livros que não li, nos filmes que não vi, nos amores platônicos cuidadosamente selecionados para que fossem platônicos MESMO, pensei nas músicas cujas letras não aprendi, nos testes em que não passei,nas festas de aniversário que não tive, nos presentes de natal que não ganhei, nos brinquedos que minha mãe nunca pôde comprar, mas que eu também nunca pedi, nos ovos de páscoa que nunca me deram.

Pensei nos amigos que nunca tive, nos amigos que fingiram ser amigos, nos amigos que me fizeram chorar, nos amigos que me negaram ajuda, nos amigos que não me convidaram pra suas festas, nos amigos que só estavam por perto quando eu poderia ser útil, nos amigos que riam de mim, e, pra ser mais preciso, pensei nos amigos que nunca foram amigos.

Pensei também nos meus inimigos, que jamais tiveram capacidade de me fazer sofrer.
Pensei nas pessoas que me chamavam de inimigo, quando eu as adorava.
Pensei nas pessoas que eu chamava de inimigos, quando me adoravam.
Pensei nos inimigos que tentaram ser meus amigos.
Pensei nos inimigos que não quiseram se tornar meus amigos.

Pensei no amor... E logo cheguei à conclusão de que só amei uma vez na vida...
Pensei na forma como o amor era visto quando eu era criança. Puro, fiel, amigo...
Mesmo que não fosse amor. Ou talvez fosse amor. É que basta a gente crescer um pouco pra achar que crianças não entendem nada... 

Pensei nas coisas que pensava quando era criança, pensei nos meus medos, nos meus sonhos, me lembrei de como eu enxergava um futuro brilhante. Me lembrei de mim, cantando na igreja, sem saber um significado sequer das palavras que dizia, sem saber da importância de Deus em minha vida. Eu apenas sabia que devia adorá-lo. Hoje, tenho orgulho por tê-lo adorado desde a infância.

Alguns dos meus medos e dos meus sonhos me fizeram sorrir... Outros me fizeram sentir saudades... Mas outros continuam aqui, dentro de mim. 

Rilton Viana




domingo, 13 de dezembro de 2009

No fim da primeira relação amorosa...


Tudo incrivelmente começa a dar errado pra que a gente acabe se convencendo que, de fato, o primeiro amor é único e inesquecível.

A gente não tem conhecimento de nada ainda... Não sabe, apesar de ver e ouvir vários fatos de desilusões amorosas, como é perigoso se entregar de corpo e alma pra alguém... E é aí que acontece.

Tudo, então, te marca: a música, o perfume, os amigos, os lugares para onde vocês iam juntos, alguma frase dita, alguma situação parecida, aquele filminho em que vocês nem sequer chegaram a prestar atenção... Quantas coisas...

É no começo que tudo isso te incomoda... E, apesar de tudo isso te fazer sofrer, parece inevitável a chegada repentina daquelas lembranças na sua cabeça, e então você não pode gritar, só te resta chorar... Tem sorte de ter amigos do lado pra te dar conselhos, tentarem te animar... Mas aí eles percebem que não há nada que possam fazer, então compartilham a mesma dor, e ficam em silêncio enquanto você chora... E chora... E chora...

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Às vezes, tudo acaba sem um motivo plausível. Então, tudo se torna duplamente maior... Porque não há mágoa, não há nada que te faça querer tirar a pessoa da cabeça... Então você quer insistir numa reconciliação, liga, deixa e-mail e só depois de tantos desenganos é que você percebe que, de fato, tudo acabou... E o fato de que você não pode fazer nada pra reverter isso te dá ainda mais forças pra chorar e sentir dor.

Então, você toma um choque de realidade. Sente pela primeira vez raiva. Raiva por estar só, raiva pelo sonho ter acabado, raiva por ter acabado sem razão aceitável digna de esquecimento, mas não sente raiva da pessoa, ainda assim.

O segundo choque de realidade é quando você enxerga sua própria importância. O fato de o seu amor ter encontrado outra pessoa te apavora, mas não te apavora ainda mais do que a ideia de seu amor estar com outra pessoa enquanto você está em casa, trancado, sofrendo.


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O terceiro choque de realidade é quando você percebe que precisa sair dessa. Então você tenta a todo custo se mostrar feliz e pronto pra responder “Passou. Já estou em outra”, quando alguém te perguntar como você se sente. Então sai oferecendo sorrisos e não vê a hora de encontrar os seus amigos. Quando você finalmente os encontra, então você percebe sua importância... Espera que venha deles a força e espera, ainda, que aquela noite te  renda boas rizadas. E é isso que acontece de fato, e você começa a acreditar desacreditando na própria farsa... Até que alguém passa por você com o perfume que tanto te fez bem no passado, mas que agora significava sentimento de perda e saudades. Então sua noite vai por água abaixo: você tenta esconder, mas seus amigos parecem te conhecer bem... 


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O tempo vai passando... E você começa a pensar cada vez menos na pessoa, e, certas vezes, até deixa escapar um sorriso no cantinho da boca quando se dá conta disso. É o primeiro passo para a liberdade!

Então, de 5 a 10 vezes que você costumava pensar na pessoa, agora cai para 1 ou 2 no máximo. Poxa! Que avanço, hein?! Só é chato porque, pra se dar conta disso, antes você tem que ter pensado na pessoa ¬¬’.

Vai tudo muito bem, você até já está começando a reparar em outras pessoas... Seus amigos gostam disso! Já estava na hora, afinal.


Mas então, certas vezes, você se sente só... Seja quando ouve aquela música... Seja vendo um casal de namorados trocando carinhos na sua frente... E bate aquele vazio gigantesco, tentando te consumir por dentro, e te dá aquela vontade louca de ir pra casa... E é aí que você tem aquela recaída chata... A saudade da pessoa amada e odiada bate com mais força nesse momento. Só te resta chorar...

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Então você chora... Mas o seu chorar não tem mais aquela intensidade, pois alguma fortaleza você adquiriu com isso tudo... Ou talvez você já tenha se acostumado com essa dor... 

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E quando tudo parece perdido, então outro alguém aparece em sua vida. E esse alguém parece perfeito: tem tudo o que você não poderia jamais reclamar... Mas daí você acaba reclamando de tanta perfeição.
Ainda estranha a presença de outro ser agora em sua vida, te ligando, te deixando recados, querendo marcar encontros, te pedindo pra ouvir alguma música, te convidando pra sair... Tudo muito tocante! Mas você parece simplesmente ignorar isso... E quando alguém pergunta sobre seu novo casinho, você sorri, e fala que é apenas um passa-tempo... Ah! Sem contar que você começa a tratar aquela pessoa como seu/sua ex amor gostaria de ser tratado(a). Você começa a lidar, enfim, com essa pessoa da mesma forma como você lidava com seu ex-amor... Não dá pra negar que você tenta gostar daquela pessoa; no fundo, você sabe que ela é uma forte candidata pra te fazer feliz, pra te fazer esquecer o passado, mas sempre falta alguma coisa! Mas que droga, hein? Aquela perfeição te incomoda,  isso é fato...

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E como se esse outro alguém percebesse isso, então começa também a pisar na bola contigo. E aí você cai na real e percebe em si mesmo um sentimento que você ainda não sabia da existência... Então se pergunta: Serei eu masoquista? Gosto eu apenas das pessoas que me fazem sofrer? 

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Mas toda relação em que apenas um dos dois se empenha em fazer dar certo, tem prazo de validade. 

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Então você se vê sozinho de novo... E quando pensa em alguém, quando lembra de momentos felizes, é do primeiro amor que você se lembra... E isso é tão irritante... Por que será que apenas aquela pessoa conseguiu te fazer feliz? Talvez seja por ela ter te mostrado o que é o amor, coisa que antes você não sabia o que era? Então será verdade mesmo que a gente só ama (pra valer) uma vez na vida?
Essas ideias sempre me assustaram. É meio injusto, afinal, o primeiro amor só se torna TÃO inesquecível assim pra quem não terminou a relação, pra quem queria estar junto ainda, pra quem queria envelhecer do lado... A outra pessoa não vai esquecer que você foi o primeiro, claro... Mas o sentimento que vocês compartilharam... Esse só você guardará...

Rilton Viana