Texto idiota20

Eu sou Rilton Vianna ou simplesmente RILTON. Tenho 20 anos e nasci em Aguiar, já ouviu falar?Mas já não moro mais por lá.


Levo uma vida idiota embora vários idiotas me digam que outros idiotas queriam ter essa minha vida idiota, como se eu não soubesse que esses idiotas que vêm me dar conselhos idiotas também levam uma vida idiota e também ouvem vários idiotas mais idiotas do que eles dizerem que outros idiotas queriam ter suas vidas idiotas.

Como tudo isso é idiota, não? Eu acho.


Minha vida é idiota, mas eu não desejo e espero não desejar a vida de outros idiotas pouco menos idiotas do que a minha. Afinal, eu me transformaria num conselho idiota na boca de outros idiotas que certamente me dariam a outros idiotas.


Rilton Vianna







terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Paz?



Não meus caros, este NÃO é um blog jornalístico. Mas o assunto do qual vou tratar se fez tão sério, que provocou em mim inspiração quase poética. E como eu estou aqui para falar do que sinto, também estou aberto a falar do que não entendo ou aprovo.

Como todos sabem, pois está no texto de saudação do blog, minha cidade natal felizmente ou infelizmente é Aguiar, no sertão da Paraíba. Mas, antes de continuar,  peço-lhes que abandonem essa ideia de cidadezinha  pacata que deve ter sido projetada em suas mentes, pois eu devo lhes dizer ( mesmo contrariando Belchior ) que as aparências, às vezes, enganam. Neste caso,  então... LUDIBRIAM!

Não é de hoje e nem de pouco tempo que pessoas morrerem e matarem aqui é o que faz  nossa cidade ser famosa no vale e até mesmo no estado.
Enquanto cidades vizinhas se destacam por esportes, ou qualquer outra coisa decente, nós somos a lendária cidade da violência.

Eu falei 'lendária'? Desculpe, foi um engano cruel. Pois, segundo o léxico, a palavra "lenda" significa :

"Narração escrita ou oral, de caráter maravilhoso, na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação popular ou pela imaginação poética"

E aqui não tem nada de imaginário, não! a cada 5 cidadãos aguienses, 3 já foram testemunhas oculares de crimes que são cometidos em praça pública. Não duvide, ainda, se eu disser que as crianças crescem com uma única certeza :  a de que nasceram num lugar onde tudo é permitido e ninguém é punido. 
E a única coisa que se faz poética nisso tudo é a dor angustiante trazida pelo sentimento de perda residente no peito de cada família.

Não pensem que estou aqui para fazer apelos. Afinal, apelar para quem? Para a polícia? Ou para aqueles que sequer respeitam uma época como esta, em as pessoas se confraternizam, recebem seus entes que estavam distantes e festejam a vinda do ano novo?

Não, eu não perderia meu tempo. A tradição mór daqui não é natalina nem celebrativa. 

É por aqui que termino desejando um próspero 2011 para todos os aguiaenses. Desejar paz seria um tanto inútil, mas desejo, de coração, que Deus conforte todas as dores que nesse momento pairam sobre nossa cidade. 

RiltonVianna





segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Avesso


Você alguma vez já se sentiu pelo avesso?

Contrariado pelas próprias vontades e pela vontade dos outros? 

Um conflito incrível entre querer e poder...

Já sentiu vontade de estar em dois lugares ao mesmo tempo?

De fazer dois corpos ocuparem um só espaço?

De estar dos dois lados da ponte?

Isso me tira o sono, mas eu sonho tanto acordado, que, às vezes, nem sinto necessidade de dormir...

@RiiltonVianna



domingo, 12 de dezembro de 2010

O tempo afasta.



Foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça durante uma 'aula da saudade' de uma turma de alunos que está prestes a sair do ensino fundamental e ingressar em um novo rumo na vida educacional.

Vendo todos reunidos, felizes, íntimos... Foi como estar do outro lado da história de novo... 

Nessa época, não temos maturidade o suficiente pra saber o quanto as coisas mudarão e o quanto nossos amigos e colegas se afastarão de nós... Encontrarão outros caminhos, outras pessoas. Estarão ocupados demais com um universo novo que se fez de repente em suas vidas. 

Seja a mudança de colégio, de cidade, não importa... Com o tempo, 90% dos colegas de classe se tornarão estranhos. A intimidade tamanha que havia, será reduzida a um mero 'oi' no MSN (que, provavelmente, já estará extinto) ou nas raras vezes que vierem a se encontrar.

E isso soa de uma forma tão triste, que nem parece verdade. 

Então você começa a se lembrar daqueles tempos de quando eram todos desconhecidos em uma escola estranha, e que, com o tempo, foram se aproximando. E, enquanto o tempo passava, dia após dia, nas intermináveis aulas de inglês ou de matemática, um laço começava a ser construído. 

*As discussões sobre em que casa seria feito o trabalho em grupo;
*Os comentários sobre o professor ruim, bom, novo, etc.;
*Os apelidos engraçados que te puseram e que você também pôs;
*As festinhas;
*As viagens;

Tantas coisas boas que, de maneira alguma, poderiam ser deixadas pra trás e que deveriam exercer um poder enorme que impedisse que a turma se afastasse...

Mas o tempo que une é o mesmo que separa. 

Então eu me pergunto se valeu a pena viver tudo isso. 

Busquem sempre uns aos outros, pois, mesmo sendo o tempo muito forte, não há inimigo invencível quando há boa munição nas mãos de bons soldados. E ainda não inventaram arma mais poderosa que o sentimento de amizade e cumplicidade, nem soldados mais fortes que os nossos amigos. 

A saudade só vai existir se dermos tempo para que ela nasça.

RiltonVianna

Ao 9º ano da Escola Vitória Régia - Cajazeiras - PB

domingo, 5 de dezembro de 2010

No sense



E me falava coisas que me deixavam tonto, atento, ciumento... Enquanto a noite passava tão devagar quanto um dia de domingo.
E tudo era tão interessante que não chegava a fazer sentido algum.


Na verdade, era o seu silêncio. Era o seu silêncio o tempo todo.
Nada me dizia, nem sequer me olhava.

O que me deixava tonto, atento e ciumento era o seu jeito de olhar para o que quer que fosse...
Nem me notava. Como se eu não oferecesse perigo algum que merecesse alguma atenção.

E era interessante pra mim gravar tudo aquilo na minha memória.
Mesmo não me fazendo bem, mesmo não me tendo retorno algum, mesmo não fazendo qualquer sentido.

Mas o sentido e eu ...

Nunca fomos apresentados, pra ser honesto...

RiltonVianna